terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Dizia Sophia de Mello Breyner que o poema é o selo da aliança entre o poeta e a realidade.
Hoje deixo aqui mais um dos muitos que já escrevi na vida:

À MINHA MÃE

É cá dentro que mora a dor que fere
que rasga e dilacera,que exaure
mas não podemos sustê-la - ela que espere
a flor quando cai distorce o caule.

E tu és a flor e já partiste
deixaste-me só,tu eras a matriz
sem ti o meu mundo ficará mais triste
o que é outra flor sem a raiz?

Sinto calma e dor e agonia
e lembranças que vêm aos bocados
de momentos que foram de Alegria

e que agora já vejo desbotados.
Tu eras a razão da minha vida.
Por que te foste embora, mãe querida?

Luisa

2 comentários: