sábado, 17 de janeiro de 2009

Ao fim de três dias sem vir aqui devido a trabalho e a ter ido a um casamento, cá estou de novo.
Hoje vou ler alguns poemas meus na exposição de quadros de um amigo meu que vive em Bruxelas e que veio cá passar uns dias (também para ir ao tal casamento).
Vou deixar aqui dois sonetos feitos expressamente para a exposição:

NA CIDADE

Ando pelas ruas da cidade
meio perdida meio identificada
com esta realidade semitranslúcida
de pessoas e de casas sem idade.

Ando pelas ruas sem rumo certo
não sei nem quero saber o caminho
tudo pode estar longe ou perto
mas o tempo só eu é que o defino.

Vejo caras fechadas,vejo casas
gente como árvores sem ramos abertos
e no céu as gaivotas são só asas

que me transportam para outros mundos.
Sozinha vou no meio dos abetos
mergulhada nos meus sonhos mais profundos.

Luisa



CARAS

Caras violentas e pesadas
máscaras colocadas sobre a face
com cores fortes cruelmente retratadas
evitando que o vento do tempo passe.

Foi-se a beleza foi-se a juventude
porque depressa passa a mocidade
ficou marcado o rancor ou a virtude
a amargura ou a alegria da idade.

Pinceladas marcaram um momento
definiram no papel um tempo,um espaço
fixaram para sempre um pensamento

na cor e na tela fundidos num abraço.
Pintor e obra,paleta de emoções
carmim,ocre,violeta de paixões.

Luisa

1 comentário:

  1. Gostei muito dos dois poemas, adoro a ideia dos abetos no primeiro e a ideia da importância da juventude no segundo. Continue sempre a deixar aqui os seus "pequenos" poemas!

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